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terça-feira, 8 de novembro de 2011

STEVEN PAUL JOBS - *24/02/1955 - #05/10/2011" (Parte II)


MACINTOSH                                                         LISA                    

Continuamos esta semana com a homenagem a Steve Jobs, Ex-Presidente da Apple, falecido em 5 de Outubro p.p. Neste semanário, no dia 21 de Janeiro deste ano, publiquei um texto sob o título: “OS ÚLTIMOS 60 ANOS – Parte IX”, parte de uma série na qual descrevi a história da Tecnologia da Informação vista através dos óculos da minha carreira profissional. Naquele texto comentei sôbre os produtos iniciais da Apple, deixando claro que o Macintosh não foi o primeiro produto, como talvez o texto da semana passada tenha sugerido. Foi, sim, a evolução de microcomputadores anteriores com a inclusão da tal interface gráfica desenvolvida pela XEROX PARC, que incluia o “mouse” – foi aí que nasceu o “mouse” – ; um daqueles microcomputadores anteriores chamava-se LISA, e ficou famoso por incluir um programa que “conversava” com as pessoas como em uma sessão de apoio psicológico. Na verdade o programa apenas construia perguntas rotineiras de uma coleção fixa, mas grande o suficiente para não parecer repetição, e preenchendo lacunas com palavras usadas pelo interlocutor humano. Por exemplo: Computador: Olá, o que traz você aqui? Humano: Estou um pouco PREOCUPADO hoje. Computador: Você está PREOCUPADO? Humano: Meu FILHO está chegando e êle tem um PROBLEMA sério. Computador: Então, seu FILHO tem um PROBLEMA?...  e assim sucessivamente.  Estou simplificando um pouco o que realmente acontece, mas tenho certeza que vocês entendem o espírito da coisa... Naquela época isso parecia ficção científica, embora os conceitos de Ciência de Computação aplicados na construção do tal programa eram razoàvelmente simples. Isso definia bem o que era e sempre foi a APPLE, ciência na frente do marketing e vendas, sistemas proprietários e fechados, e uma certa arrogância (vocês leram na semana passada sôbre “...o WINDOWS sempre copiou o MAC...”, direto da boca do Presidente. Mesmo sem dominância de mercado, essa arrogância sempre teve seguidores fervorosos, e tudo isso continua mais ou menos até hoje, com uma mudança potencial no nicho de celulares espertos e tabletes  (iPhones, iPods e iPads), um nicho criado por necessidade, diversidade, e sim, uma pitada de arrogância, que criou mais uma vez produtos fantásticos. Mas vamos agora à 2a história de Jobs como paraninfo em Stanford, 2005: “Minha segunda história é sobre amor e perda. Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação — o Macintosh — e eu tinha 30 anos. E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses. Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício]. Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo. Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa. A Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple. E Lorene e eu temos uma família maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple. Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama. Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue”. Não percam a 3a história de Jobs em Stanford, e a conclusão desta série na semana que vem!
O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com). (PENSAMENTOS No 42/2011 – Jornal da Região – ANO XVIII, No 948 11/11/2011).

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