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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

OS 108 ANOS DO ROTARY INTERNATIONAL – 1a Parte, O INÍCIO



Paul Percy Harris, o fundador do Rotary International


Gustavus Loehr, Hiran Shorey, Sylvester Schiele, e
Paul Harris
Os Quatro Primeiros Rotarianos

"OS 108 ANOS DO ROTARY INTERNATIONAL – 1a Parte, O INÍCIO"

O texto que se segue foi publicado pelo Companheiro Rotariano Alberto Bittencourt, do Rotary Club de Recife, Distrito 4500, no seu blog FEIXE DE VARAS (http://albertobittencourt.blogspot.com):
O Rotary International celebra no sábado, 23 de fevereiro de 2013, 108 anos de fundação. O primeiro Rotary Club foi fundado na cidade de Chicago, nos Estados Unidos da América no ano de 1905. Nada melhor do que transcrever as palavras do idealizador e fundador do Rotary, o advogado norte-americano, Paul Percy Harris, de seu livro autobiográfico, intitulado Meu Caminho para o Rotary :.
Uma noite – conta ele – fui com um amigo profissional até sua casa nos arrabaldes (de Chicago). Depois do jantar, enquanto passeávamos pela vizinhança, o meu amigo saudava pelo nome vários comerciantes que estavam nos seus estabelecimentos. Isto fez-me lembrar a minha aldeia da Nova Inglaterra. Ocorreu-me então: por que não arranjar em Chicago uma roda de companheiros de diferentes ocupações, sem restrições de política ou religião, com ampla tolerância pelas opiniões uns dos outros? Não poderia vir a existir nesse companheirismo um mútuo auxílio? Não agi imediatamente segundo o meu impulso.
Meses e até anos se passaram. Caminhei sozinho, mas por fim, em fevereiro de 1905, convidei três jovens homens de negócios para se reunirem comigo e expus-lhes um plano muito simples de mútua cooperação e amizade, sem constrangimentos, tal como havíamos outrora conhecido em nossas aldeias. Concordaram com meu plano, Sylvester Schiele, comerciante de carvão, o meu amigo mais íntimo de Chicago e um dos três que primeiro se reuniram comigo. Foi escolhido como nosso primeiro presidente, e tem sido um membro permanente do clube. Gustavus Loehr, engenheiro de minas e Hiran Shorey, dono de alfaiataria, eram os outros dois, mas, não continuaram. Porém outros que rapidamente se juntaram ao grupo com entusiasmo, ajudaram a desenvolver o projeto.
Crescemos em número, em companheirismo, no espírito de auxílio à nossa cidade. Aprendemos o quanto tínhamos em comum. Sentíamos prazer em podermos ajudar-nos uns aos outros. Na terceira reunião do grupo, apresentei várias sugestões quanto ao nome a dar ao clube, entre elas o de Rotary, e esse foi o nome escolhido, visto que nos reuníamos nessa altura, em rotação, nos nossos escritórios e locais de negócios. Mais tarde, ainda em rotação, reuníamo-nos em hotéis e restaurantes. Assim, começamos como rotarianos, e como tal continuamos a ser. No terceiro ano fui eleito presidente e as minhas ambições então eram primeiro, desenvolver o clube de Chicago, segundo, estender o movimento a outras cidades, terceiro, intensificar o serviço à comunidade como um dos objetivos do clube. Até aqui foram palavras do próprio Paul Harris ao contar como foi o início do Rotary em seu livro autobiográfico.  
O crescimento do Rotary foi incrivelmente rápido. Em 1908 foi fundado o segundo clube na cidade de São Francisco, longe, na costa oeste dos Estados Unidos. Logo no ano seguinte, o terceiro, no outro lado da baía de São Francisco, na cidade de Oakland. O quarto clube foi em Seattle e o quinto em Los Angeles. Em 1910 já havia 15 Rotary Clubs no país. Foi nesse ano que se realizou a primeira convenção rotária em Chicago, onde foi criada a Associação Nacional do Rotary Clubs. Estiveram presentes cerca de 1.500 rotarianos. Nesse ano de 1910, o Rotary cruzou a fronteira do Canadá, com a fundação do clube de Winnipeg. E em 1911 cruzou o Atlântico e chegou à Irlanda e Grã-Bretanha. Em 1912 a organização passou a denominar-se Associação Internacional dos Rotary Clubs. A designação Rotary International só foi adotada a partir da convenção de 1922, em Los Angeles.
A primeira convenção realizada fora dos Estados Unidos foi a de Edinburgo, na Escócia, e essa convenção teve uma importância extraordinária para os destinos do Rotary. É que os delegados decidiram criar uma comissão especial para estudar a estruturação de um estatuto único, bastante flexível, para todos os Rotary Clubs.  O presidente dessa comissão declarou: “A razão pela qual fomos convocados, decorreu do tremendo crescimento do Rotary. Estávamos tratando de tornar um grande sucesso em um sucesso ainda maior.”  Foi o resultado do trabalho dessa comissão, e de outras que se seguiram, que foi discutido e aprovado como estatuto único do Rotary International. Na verdade, o Rotary caminhava rapidamente em direção a outros países e outros continentes. A partir de certo momento, era o próprio Rotary International que enviava emissários a determinados países para realizarem a tarefa de fundar novos clubes. Em muitos casos financiava as despesas de abnegados construtores de clubes, como fez com o casal Davidson, um rotariano canadense, que passou cerca de dois anos fundando clubes no sul da Europa, no Egito, no Sião, na Índia e no Japão.
Outro construtor de clubes foi o Secretário Geral do RI na época, Cheley Perry. Entre as dezenas de clubes que fundou, está o Rotary Club do Rio de Janeiro, em 1923, o primeiro do Brasil, às vésperas de completar seus 90 anos, e na verdade o primeiro Rotary Club de língua portuguesa.  Antes de falecer, em 27 de janeiro de 1947, Paul Harris pode ver o Rotary em volta do mundo. Ele nunca exerceu o cargo de presidente da Associação Internacional dos Rotary Clubs, ou do Rotary International. Mas a sua influência e os seus ideais, estavam sempre presentes na expansão do movimento. Ele tinha o título vitalício de “Presidente Emérito do Rotary International.  É o momento de voltarmos ao relato que fez o próprio Paul Harris no seu livro autobiográfico já referido. São palavras de Paul Harris:
Conquanto o enorme desenvolvimento expansional do Rotary constitua um dos mais interessantes capítulos da sua história, também o desenvolvimento de seus ideais e práticas tem caminhado rapidamente. As ações precederam a palavra escrita. Depois de terem prestado serviços sob múltiplas formas, a palavra servir, com todas as suas conotações e acepções foi introduzida no movimento rotário. O Rotary deixou de ser aquele grupo local reunido na cidade de Chicago, para benefício próprio e mútua ajuda, para se expandir em uma organização de visão internacional e inegável nobreza de fins. Muitos rotarianos, continua ele, especialmente os do Brasil, afirmam que há na realidade um único objetivo no Rotary, e que esse é o conceito de servir. O Secretário Geral do RI, Cheley Perry, considera o servir como a via suprema do Rotary.
A opinião de Paul Harris sobre a sadia influência dos ideais rotários no mundo, tinha uma dimensão que precisa ser cultivada, sobretudo nesses momentos em que vivemos. O Rotary, escreveu ele em 1947, é uma força de integração, num mundo em que as forças de desintegração são demasiado preponderantes. O Rotary é um microcosmo de um mundo em paz, um modelo que as nações fariam bem em seguir. A influência do Rotary na opinião pública dos 60 países onde estão localizados os nossos mais de 5 mil clubes, tem sido mais eficiente do que muitas pessoas supõem. É certo que o número dos nossos sócios é pequeno, comparado com a população do mundo, mas o caráter dos rotarianos, de uma maneira geral, e as posições que eles ocupam, justifica, parece-me, a afirmação que fiz.
Não percam a conclusão na próxima semana, quando traremos o Rotary International para os dias de hoje. Boa semana a todos!
O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com).
(PENSAMENTOS No 08/2013 – Jornal da Região – ANO XIX, No 1014 01/03/2013).

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