Estou de volta, após duas semanas de férias. Senti saudades de vocês, leitores, e espero que vocês também tenham sentido saudades dos meus PENSAMENTOS. Estive viajando por lugares maravilhosos, no velho mundo, mas lugares que marcaram, por assim dizer, o berço das civilizações modernas, as civilizações do oeste do mundo, que incluem as das Américas. Talvez logo dedique um ou mais PENSAMENTOS a compartilhar com vocês o que eu vi e aprendi, mas aproveito o tema bem atual da "crise" financeira mundial para ilustrar com um exemplo o âmago do tema recente desta coluna intitulado "QUAL A CASA QUE CAIU...?" (ANO XVIII, No 938 - 02/09/2011). Na viagem das últimas semanas empreendi vários vôos em aviões da "American Airlines" (AA), e na revista de bordo intitulada "AmericanWay" deste Setembro, um artigo do Chairman e CEO da AA Gerard J. Arpey dirigido ao cliente em vôo me chamou a atenção. Passo a traduzi-lo para vocês, e comento no final. O artigo é intitulado "Nossa Nova Frota": "Como eu espero que você, cliente, tenha notado, em anos recentes a AA tem se dedicado a uma transformação gradual de sua frota de aeronaves. Com a ajuda da nossa parceira de longo tempo, BOEING, vimos gradualmente substituindo nossas aeronaves MD80 mais antigas, e menos eficiente no uso de combustível com modernos Boeing 737's. Em 2009 e 2010 tomamos posse de 76 737's, e nossos planos incluem adicionar mais 54 dessas aeronaves até o fim de 2013. Nós também já encomendamos 15 aeronaves Boeing 777 para serem entregues entre 2012 e 2016. E pretendemos adquirir 42 moderníssimos Boeing 787 (apelidados Aeronaves dos Sonhos), a serem entregues no fim de 2014, com opções para a adição de mais 58 Boeing 787's. Isso provàvelmente soa como uma frota enorme de aeronaves... bem, porque É uma frota enorme de aeronaves! Temos feito esforços significativos para criar uma frota mais eficiente e mais capacitada de aeronaves. E ainda assim, em estudo recente determinamos que para satisfazer nossas ambições para o futuro, precisaríamos fazer mais, muito mais! Reconhecendo que nenhum fabricante de aeronaves, por si só, poderia prover o número e variedade de aeronaves que buscamos, renovamos nossa parceria com a BOEING, mas também estabelecemos uma parceria com a AIRBUS, e a resultante dessas duas parcerias foi A MAIOR ENCOMENDA DE AERONAVES DA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO COMERCIAL (anunciada neste último 20 de Julho). Os negócios fechados com a Boeing e com a Airbus resultaram em um evento único e histórico para a AA, e realmente, para toda a indústria! O resultado final será que em aproximadamente 5 anos, a AA estará operando a frota mais moderna, e mais eficiente em termos de consumo de combustível em comparação com todas as outras linhas aéreas do mundo. AA adquirirá 460 aeronaves de porte médio das famílias de aeronaves Boeing 737 e Airbus A320, começando em 2013, até 2022. Em 2017, seremos a primeira compania a receber aeronaves denominadas de próxima geração, o que acelerará ainda mais a nossa economia de combustível. Na parceria com a BOEING, temos encomendas confirmadas para a aquisição de 200 aeronaves da família 737; e na parceria com a AIRBUS temos encomendas confirmadas para a aquisição de 260 aeronaves da família A320. Essas transações representam uma oportunidade sem precedentes para reformar TODA a nossa frota de aeronaves de médio porte com aviões que queimarão muito menos combustível, economizando significativamente para a AA, e reduzindo significativamente o nosso impacto ambiental - isso tudo enquanto proveremos aos nossos clientes interiores melhor projetados, mais modernos e confortáveis. Essa transformação dramática da frota da AA resultará em benefícios tremendos para os nossos clientes, para os nossos investidores, para o nosso corpo de empregados, e para as comunidades que servimos. Nós certamente somas muito afortunados em termos parceiros como a BOEING, e a AIRBUS, que são competidores, mas alinharam-se conosco para atender as nossas necessidades. Mas o rol de companias aéreas que surgiram e desapareceram ao longo dos anos serve para nos lembrar que aviões novos não garantem o sucesso. O nosso dia-a-dia se reflete em sucesso ou fracasso baseado na satisfação dos nossos clientes. E isso depende principalmente dos nossos funcionários. Nosso time é melhor da indústria, dedicado à nossa compania e principalmente aos nossos clientes, um time que tem enfrentado desafio após desafio com resiliência e profissionalismo excepcionais. A escala da transformação planejada da nossa frota é um testemunho da nossa confiança no nosso time de funcionários, e não menos importante, do nosso comprometimento com a aviação comercial. Enquanto sabemos da gravidade dos desafios a curto prazo, acreditamos que a aviação comercial é um potente catalisador da economia e cultura globais, e só tenderá a crescer nos anos futuros. Nós nos orgulhamos da nossa história e da posição de liderança que sempre ocupamos no afã de fazer do mundo um lugar menor, mais conectado, e mais pacífico. Com nossa nova frota pretendemos continuar crescendo, e ocupando aquela posição de liderança no futuro, até onde alcança a nossa visão. Obrigado por serem nossos clientes." Eu pergunto: essas parecem palavras de um líder que atua em uma "casa que... caiu?... ou está prestes a cair?? Outra coisa... em toda a imprensa americana, não há qualquer menção, ou preocupação, com corrupção, super-faturamento, propina, enriquecimento ilícito, nesse negócio de US$13 Bilhões de dólares. Essas mazelas que viraram lugar comum em todas as transações na administração brasileira, pública e privada. Do outro lado, a seriedade, o comprometimento, a visão a longo prazo, o entendimento de que é a circulação honesta do capital que favorece a ambos, fornecedores e clientes, e a economia em geral. Cabe a pergunta: que casa que está caindo...? É bom estar de volta... Boa semana a todos!
O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com). (PENSAMENTOS No 36/2011 – Jornal da Região – ANO XVIII, No 942 – 30/09/2011).
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