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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

MAGNA GRÉCIA!!

Atenas - Acropolis
    Ephesus - Biblioteca Celsus


Estádio de Olympia


Templo de Delos


Ùltimamente a Grécia tem aparecido no noticiário internacional como o país "culpado" pela crise financeira que assola o mundo. Talvez alguns PENSAMENTOS interessantes poderiam comentar sôbre as causas potenciais dessa situação toda... cultura?... má administração?... participação precoce na União Européia?... elevação do custo do turismo?... quem sabe em alguma semana futura. Nesta semana, porém, prefiro compartilhar com vocês, leitores, um foco diferente desse país maravilhoso, o foco sugerido pelo título: MAGNA Grécia, berço da grande civilização grega que precedeu o Império Romano em um perîodo que data desde a assim chamada Idade do Bronze nas civilizações do Mar Egeu (+/- 6.000 AC), uma civilização que desenvolveu e amealhou um grande conhecimento, e cujos princípios até hoje influenciam as civilizações modernas. Estudei a história dos gregos, incluindo a mitologia grega, quando cursava o então chamado Ginásio (faz muito tempo...), e me lembro fascinado pela matéria. Muito existe publicado a respeito (os leitores interessados podem "Google" Império Grego e terão leitura por um bom tempo), e não é minha intenção chover no molhado... porém em viagem recente tive o privilégio de visitar a Grécia, inclusive as escavações arqueológicas de quatro das cidades mais importantes da Grécia antiga. O que passo a compartilhar com vocês são as minhas impressões pessoais de ter estado nesses locais que marcaram indelèvelmente a história da humanidade. A primeira, òbviamente, foi a capital do país, a cidade de ATENAS, e o porto adjacente de PIRAEUS. Lá se encontra uma das maravilhas do mundo antigo, a ACRÓPOLIS. Acrópolis em grego quer dizer literalmente "Cidade Alta", e as ruinas mais famosas do mundo se situam, de fato, no topo de uma rocha bem no centro da cidade de Atenas, rocha essa referida pelos locais como A Rocha Sagrada. Artefatos descobertos durante as escavações comprovam que o local era habitado em torno de 4.000 AC, mas foi em meados do sexto século AC que os grandes templos cujas ruinas ainda hoje estão eretas foram construidos. Dentre êles o mais formidável e impressionante é sem dúvida o PARTHENON, dedicado à Deusa Athena, que deu nome à cidade de ATENAS.  O Parthenon é considerado como a arquitetura mais harmoniosa aos olhos já construida pelo homem, e é realmente um sentimento indescritível observá-lo conforme se escala a rocha sobre a qual êle se situa. As noções de perspectiva são impressionantes e com toda essa harmonia, ao nos aproximarmos do templo nota-se que não há uma linha reta sequer em toda a estrutura. A segunda cidade da Grécia antiga que visitei foi a ilha de DELOS, próxima à ilha de MYKONOS. Delos foi uma das cidades mais importantes da Grécia antiga, um porto situado centralmente entre os fluxos maríitimos de transporte de bens entre a Europa e a Ásia Menor. Escavações lá mostram que havia habitantes na ilha no terceiro milênio AC, mas a ilha se tornou um santuário da Grécia antiga quando a mitologia no primeiro milênio AC declarou a ilha como o local de nascimento dos deuses APOLO e sua irmã ARTEMIS, ambos filhos de ZEUS, o pai de todos os deuses. Impressionou-me o fato de que para chegar na ilha, o barco de tamanho médio pulava feito um potro bravo, devido ao vento fortíssimo que, segundo os locais, é constante naquela região do Mar Egeu, e isso está nos arquivos desde os primórdios, a ponto de no inverno ser impossível a qualquer barco chegar ao porto por causa dos ventos, o que deve ter contribuido para a ilha ser completamente abandonada depois de alguns séculos na era cristã, com o aumento do volume de tráfego marítimo entre a Europa e a Ásia Menor. Delos continua inabitada até hoje, a não ser por membros das escolas de arqueologia que comandam as escavações que continuam, umas das mais completas da Grécia antiga. A terceira cidade da Grécia antiga que visitei foi EPHESUS, na Turquia. Uma das doze cidades da Liga Jônica no sétimo século AC, Ephesus teve sua época áurea durante o Império Romano, quando chegou a ser a segunda cidade do Império, ofuscada em importância apenas por Roma, a capital. Nessa época, com mais de 250.000 habitantes, chegou a ser a segunda maior cidade do mundo. A reconstrução dos prédios pelos arqueólogos a partir dos pedaços descobertos pelas escavações é, na minha opinião, a mais impressionante. A fachada da Bibilioteca de Celsus, o primeiro puro Grego a ser eleito para o Senado Romano, é testemunho claro dessa minha opinião. A quarta e última cidade da Grécia antiga que visitei foi OLYMPIA, no PELOPONESO, ou seja, na parte continental da Grécia. Olympia foi a sede dos primeiros Jogos Olímpicos, em 776 AC. Os Jogos foram realizados lá a cada quatro anos, até 394 DC, quando o Imperador Theodosius os aboliu, declarando-os reminiscências de paganismo. Em meados do século XIX, um historiador francês Coubertin convenceu empreendedores e líderes mundiais a re-instituir os Jogos, formando o Comitê Olímpico. Os jogos recomeçaram em 1896 em Atenas, e um Estádio para 60.000 pessoas totalmente de mármore foi construido para a ocasião, o qual eu também tive a oportunidade de visitar nessa viagem. Em 776 AC, havia cinco modalidades de esporte, a corrida simples (1 ESTÁDIO = 200 passos = +/- 185m), a corrida dupla (2 ESTÁDIOS), a corrida longa (20 ESTÁDIOS), o salto em distância, e uma luta chamada Pancrácio ("Pankration"), uma espécie de vale-tudo onde apenas morder e enfiar o dedo no olho do adversário eram proibidos. Essa luta era usada pelos guerreiros de Esparta como treinamento, e eram os Espartanos que ganhavam quase todos os troféus nos Jogos daquela época. O fim da luta dava-se por submissão ou morte. Naquela época não havia prata ou bronze, apenas ouro, ou seja, apenas o vencedor era homenageado, e virava uma espécie de semi-deus. Por isso Olympia era um dos santuários importantes da Grécia antiga, e incluia um templo enorme a ZEUS, e um  também a HERA, sua esposa. O estádio em Olympia tinha uma pista de... bem... UM ESTÁDIO... , reta e não oval como os romanos posteriores, e as linhas de início e fim em mármore ainda estão lá. Andar naquela pista foi uma sensação simplesmente indescritível. É em Olympia que a tocha olímpica é acesa a cada quatro anos, e inicia sua viagem ao local onde as Olimpíadas estão acontecendo. Julguei essas informações particularmente interessantes, sabendo que o nosso Rio de Janeiro será a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Espero que vocês tenham aproveitado essa pequena "viagem" pela Magna Grécia. Boa semana...
O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com). (PENSAMENTOS No 37/2011 – Jornal da Região – ANO XVIII, No 943 07/10/2011).

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