AQUI NÃO, PREFEITO!!
AQUI SIM, PREFEITO!!
Há três semanas, nesta coluna, sob o título “O TERMINAL RODOVIÁRIO MUNICIPAL… OUTRA VEZ!!” (Jornal da Região – ANO XVIII, No 962 – 17/02/2012) expus a vocês, leitores, o ABSURDO que volta a pairar sôbre a nossa comunidade na forma do local proposto pela Prefeitura para localização do Terminal Rodoviário Municipal Urbano, o canteiro central da Avenida Conde Ribeiro do Valle em frente às Casas Pernambucanas, derrotado em audiência pública há pouco mais de dois anos. Naquele texto inclui um outro publicado neste semanário em 20/11/2009 onde eu relatava em detalhes a audiência pública acima citada, no intúito de mobilizar a opinião pública de hoje contra uma proposta renitente, agressiva e estapafúrdia que não contém em seus objetivos os melhores interesses da nossa comunidade. Escrevi também, em conclusão, que republicaria uma outra coluna minha de 2009, na qual ofereci justificativas técnicas para uma localização alternativa, o antigo páteo da FEPASA, o cul-de-sac entre a balaustrada e a antiga estação da Mogiana. Aquele texto tem o título “DEPOIS DOS “AIS”, OS TERMINAIS!” (Jornal da Região – ANO XVI, No 849 – 04/12/2009) e é reproduzido a seguir: “Há duas semanas prometi a vocês mais detalhes justificando a minha sugestão do antigo páteo da FEPASA como local alternativo ao sugerido pela Prefeitura para um Terminal Rodoviário Municipal. Antes dos detalhes vamos relembrar novamente quais são esses locais: o local sugerido pela Prefeitura foi a ilha central da Av. Conde Ribeiro do Valle, situada na altura das Lojas Pernambucanas; o local alternativo sugerido por mim é o cul-de-sac que fica entre a balaustrada e os galpões que formavam a antiga estação da Mogiana. A ilha central da Av. Conde Ribeiro do Valle sugerida pela Prefeitura abriga hoje árvores enormes, ficus de várias décadas de idade que passaram a fazer parte do visual histórico daquela avenida principal da cidade. Justiça seja feita: a sugestão desse local tem alguns motivos válidos, como o costume da população usuária do serviço público de transporte rodoviário àquele local pela existência lá de um ponto de ônibus central, e a necessidade de trazer habitantes de bairros mais afastados ao centro da cidade, onde se concentram serviços comerciais oferecendo vários produtos de consumo, farmácias, bancos, e também serviços públicos como a receita estadual, previdência social, a própria Prefeitura, etc. Há, porém, uma série de poluições a serem consideradas na construção de um Terminal como o que foi proposto: primeiro, há a poluição visual que decorreria da violação do que é hoje, como acima mencionado, o visual histórico de uma das principais vias da cidade, certamente parte do seu patrimônio histórico; segundo, há a poluição de tráfego, causada pela adição de circulação de vários ônibus pelo terminal onde hoje o tráfego já é dificultado significativamente pelo tal ponto de ônibus central; terceiro, há a poluição auditiva, causada pelos motores constantemente em funcionamento dos ônibus no terminal; e quarto, a poluição ambiental causada pelos gases expelidos pelos canos de escapamento dos vários ônibus em passagem pelo terminal, amplificada pela remoção necessária dás árvores majestosas que adornam o local. Já o antigo páteo da FEPASA parece ter sido feito de propósito para a necessidade em questão. Mantém-se os motivos válidos: o ponto continua sendo central, bem ao lado e de fácil acesso pedestre à Av. Conde Ribeiro do Valle, bem próximo aos serviços comerciais e públicos. E evita-se as poluições com vantagens adicionais: quanto à visual, não se mexe com o bonito e útil que já existe, e quanto ao patrimônio histórico, não só nada é destruido, como êle é enriquecido pelo uso da verba disponível na recuperação històricamente cuidadosa da antiga estação da Mogiana como a estrutura que proporcionará o abrigo necessário aos usuários do transporte público; quanto ao tráfego, o cul-de-sac é largo e já tem duas vias com ilha arborizada no meio, possibilitando a entrada dos ônibus e o embarque e desembarque na calçada ao longo da antiga estação, e a saída dos mesmos pelo outro lado, além da conexão imediata e já existente com a Av. Antonio Felipe Zeitune, até melhorando o tráfego da Av. Conde Ribeiro do Valle; e o impacto auditivo e ambiental é minimizado pela localização da fonte dessas poluições entre o terminal e a balaustrada. Além disso, pode-se até prever uma expansão, se necessária, no terreno que continua ao longo da antiga estação, onde era abrigada a Casa da Cultura. Espero que estes comentários sejam úteis à equipe técnica da Prefeitura que está analisando este assunto.” Notem, leitores, que a sugestão alternativa e suas justificativas são oferecidas com seriedade, e convicção a uma suposta “Equipe Técnica” mencionada pelo Sr. Prefeito na audiência pública, a qual analisaria as alternativas propostas sob um cunho técnico. O que se viu não foi nada disso, e o que se vê hoje dois anos e meio depois, é um trabalho rasteiro “por baixo do tapete” de gente que julga que deixado passar o tempo suficiente, qualquer absurdo pode ser forçado goela abaixo da população. Como otimista inveterado que sou, escrevi há três semanas que espero que o Sr. Prefeito continue merecendo os meus cumprimentos pela maneira democrática de conduzir este ítem agora polêmico. Como Professor de História que ele é, tenho esperança que ele tenha respeito pelo Patrimônio Histórico, Ecológico, e Ambiental da cidade que ele gerencia. Esperemos, caros leitores, cidadãos de Guaxupé, que o Sr. Prefeito, ao invés do que demonstra a “Equipe Técnica” que o assessora, mostre mais Bom Senso, e menos Demagogia em sua decisão. Esperemos também que o Sr. Prefeito não queira entrar para a história da cidade como o Prefeito que descaracterizou a Avenida Conde Ribeiro do Valle, destruiu árvores centenárias, e tornou impossível o trânsito de uma das mais, se não a mais, importantes artérias da cidade. E tudo isso no ano do primeiro centenário da cidade que o elegeu. Concluo com uma frase que escrevi há três semanas, enriquecendo-a: Não vamos marcar a comemoração do centenário da nossa Guaxupé com uma agressão tão violenta ao seu patrimônio histórico, ecológico, e ambiental como sugere a posição oficial declarada pela Equipe Técnica da Prefeitura para a localização do Terminal Rodoviário Municipal Urbano. Boa semana a todos!
O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com).
(PENSAMENTOS No 09/2012 – Jornal da Região – ANO XVIII, No 964 – 09/03/2012).
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