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quinta-feira, 1 de março de 2012

O CORAL DOS MINEIRIM









"O CORAL DOS MINEIRIM”
Já escrevi várias vezes nesta coluna a respeito de um amigo “eletrônico” que eu tenho em Brasília, um jornalista que, movido pelo conteúdo dos meus textos, se prontificou a formatar o meu blog (www.pensamentoscs.blogspot.com) onde publico estes textos semanalmente. Conheço-o como Baeta, e sempre explico quando o menciono que êle, na verdade, não é o “Homem de 6 milhões de dólares”, ou seja, biônico, mas é de carne e osso, e eu o chamo de “eletrônico” porque nós só nos conhecemos através de interações na Internet. Ou melhor, só nos CONHECÍAMOS através de interações na Internet, desde que neste ultimo fim-de-semana nos conhecemos pessoalmente em Belo Horizonte. O Baeta não chegou ao meu conhecimento sòzinho, mas parte de um grupo de Mineiros da cidade de Patos de Minas, ou seja, PATUREBAS para os íntimos, através de um deles que é amigo de longa data, dos idos dos anos 80, quando êle e eu e nossas famílias residíamos na mesma cidade de Ann Arbor, no estado de Michigan, nos Estados Unidos. Aliás, convém mencionar que além desse grupo de paturebas, vários outros cidadãos de Patos de Minas cruzaram meu caminho por êsse mundo de Deus, e todos são bons amigos. Não é muito fácil explicar essa inusitada incidência de paturebas nos meus círculos de amizade, desde que não tenho qualquer laço familiar ou profissional com a cidade. Acho que deve ser alguma coisa na água lá… :-) … Mas como eu disse acima, no último fim-de-semana eu finalmente encontrei o Baeta pessoalmente, mas não só êle, como quase TODOS os paturebas desse grupo que eu, carinhosamente, batizei de CORAL DOS MINEIRIM, e suas melhores metades. Enfatizo que o nome foi dado, de fato, carinhosamente, desde que percebi nos entremeios de alguns comentários que êle pode ter sido interpretado como se tivesse uma intenção pejorativa. Longe de mim semelhante isso! O nome foi baseado na famosa (para gente da minha idade) vinheta da TV humorística brasileira O CORAL DOS BIGODUDOS. Alguns de vocês devem lembrar da musiquinha que o tornou famoso, mas transcrevo aqui o refrão que, tenho certeza, ajudará: “Tchim, tchim, piririm, tchim, tchim… Tchim, tchim, piririm, tchim, tchim…Peguei, soltei, chacoalhei, guardei… Tornei a pegar, chacoalhar, guardar… Tornei a guardar no mesmo lugar… aaaaar(uma oitava acima)… Oooooooi (uma oitava abaixo)… Vida Minha…. “. Mas assim foi que em Belo Horizonte neste ultimo fim-de-semana eu conheci pràticamente todo o CORAL DOS MINEIRIM. Vamos falar dos que estavam lá: começamos pelo Baeta, que veio, como eu disse, de Brasília para encontrar pessoalmente um seu “desafeto” neste paulista paulistano! Sim, temos visões diametralmente opostas em uma série de assuntos, e chegamos a trocar farpas afiadas pela Internet, a ponto de outros membros do CORAL sugerirem que êle deixasse de existir… na verdade, esse nosso encontro foi marcado sob uma certa aura que havia a possibilidade que nos degladiássemos até a morte… mas temos um respeito muito grande um pelo outro, e assim, apesar das nossas diferenças, ficamos amigos eletrônicos, e agora somos amigos pessoais. O danado apareceu lá em BH com uma coleção de DVD’s contendo vários dos filmes candidatos ao OSCAR que se aproximava no Domingo. E assim, entre um filme e outro, solidificamos nossa amizade. Mais um exemplo da riqueza das diferenças, e da importância das amizades… Depois, no CORAL, há uma coleção de Eustáquios, três deles! Eu diria que a incidência do nome nessa pequena amostra de paturebas indica um nome de uso comum em Patos de Minas. O primeiro, o José, é aquele meu amigo de longa data, e que com sua melhor metade formou o casal anfitrião desse encontro memorável, pelo qual, junto com a minha melhor metade, registro aqui o nosso mais sincero agradecimento; êle e eu, além da amizade de muitos anos, fizemos algo juntos que define indelèvelmente a amizade entre dois brasileiros: formamos a defesa intransponível do glorioso SAMBA KIDS, um time de futebol de campo e de salão que nas terras do “El Norte” batia em todos aqueles que se atreviam a enfrentá-lo. O segundo, o Paulo, jogou profissionalmente no Atlético Goianiense, e também, se entendi bem, no grande Mamoré de Patos de Minas. Na Internet, o Paulo defendia bastante o Baeta, e eu ficava um pouco com o pé atrás… mas face-a-face, sabendo-o futebolista, logo começamos a vibrar na mesma frequência. Além disso, ele expressou vontade de passar 6 meses no “El Norte” para aperfeiçoar o Inglês… e se isso realmente acontecer, cuidado Baeta! O eleitorado está pulando a cerca… :-) … O terceiro, o Machado, não é (ainda) tenor assíduo no CORAL, e mostra uma semelhança física indiscutível com o ator Anthony Quinn. Dada sua simpatia eu sugiro que consideremos o encontro como uma audição para ele e o aceitemos com o nome de TonyQuinho. Aliás, outros dois presentes ilustres que compareceram paturebas mas não cantores foram o Comendador Santana, amigo do nosso Vicente Callichio aqui de Guaxupé, e o Zé Eduardo. Sugiro que os aceitemos imediatamente para reforçar a ala dos barítonos. Aí vem o Jorge… o Jorge se apresenta na Internet com uma foto, eu diria, um tanto antiga… barba negra cerrada, óculos, com uma feição que parece que êle vai pular fora da foto e lhe dar uma mordida no nariz… aí chegou o Jorge, feição angelical, cara limpa (eu uso barba…), sem óculos… mas sexagenário como o resto de nós, eu imagino, com o mesmo cabelo preto da foto, suscitando discussões em volta da mesa se há ou não uma colaboração de pastilhas do “Just for Men”… :-) … o Jorge escreveu uma carta de agradecimento aos nossos anfitriões digna de nota… definitivamente um membro solista do CORAL. E para terminar, tem os Robertos… um “sem Zé”, e um “com Zé”. O “com Zé” é poeta, tem um verniz sisudo, que envolve um coração grandioso; êle é primo do Baeta, que tem por êle um respeito enorme, e êle também escreve em um blog (http://quintaldospoetas.com/). Seus textos são muito bonitos; escreve muito bem o “com Zé”. O “sem Zé” carrega suas emoções à flor da pele… ele me defendeu algumas vezes nas discussões eletrônicas com o Baeta. Conversamos muito sobre nossas vidas, e várias vezes seus olhos marejaram… ficou claro que tudo que o “sem Zé” faz, êle faz com paixão, e isso é um privilégio. Ambos os Robertos são solistas eméritos do CORAL. Deve ter ficado claro ao leitor que tivemos um encontro memorável, tanto que eu me senti à vontade para escrever essas linhas assumindo que os meus novos amigos não se importarão de terem sido incluidos na minha coluna. Aliás, eu vou mais longe, e na certeza que meus novos amigos vão ler este texto, eu me atrevo a indagar se êles me considerariam um patureba… sem necessidade de “chave da cidade” ou posição oficial da Câmara dos Vereadores de Patos de Minas. Basta para mim a aquiescência do grupo. Aí quem sabe mudamos o nome para CORAL DOS PATUREBAS! Na semana que vem, conforme prometido na última coluna há duas semanas, voltamos ao assunto desse famigerado Terminal Rodoviário Municipal. Boa semana a todos.
O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com).
(PENSAMENTOS No 08/2012 – Jornal da Região – ANO XVIII, No 963 – 02/03/2012).

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