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A DESTINATARIA |
“O DESABAFO DA PROFESSORA PANNUNZIO –
Primeira Parte"
Esta semana chegou ao meu conhecimento
uma carta publicada na Internet por uma Professora de Uberlândia, a Snra. Martha de Freitas Azevedo
Pannunzio, dirigida à Presidente Dilma Rousseff. Segundo a data na carta,
ela foi escrita há mais ou menos um mês, logo após o Dia das Mães. Eu não
conheço a Professora, e não entrei em contato com ela para verificar
veracidade, porém ela assina a carta com seu contato eletrônico e CPF, os quais
eu repito aqui: marthapannunzio@hotmail.com ; CPF nº 394172806-78. Para
mim isso é suficiente, mas independente disso, o conteúdo da carta é algo que
TODOS os Brasileiros devem ter a chance de ler com atenção pelo menos uma vez.
O texto é longo, e por isso eu o dividi em 3 partes, que ocuparão esta coluna
nesta semana e nas duas semanas seguintes. Boa leitura! –
CARTA À
PRESIDENTA DILMA: BRASIL CARINHOSO (1 de 3) Bom dia, dona Dilma! Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na
véspera do Dia das Mães. Como cidadã da classe média, mãe, avó e bisavó,
pagadora de impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de
professora aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa de
Produtora Rural, fiquei preocupada com o anúncio do BRASIL CARINHOSO. Brincando de mamãe Noel, dona Dilma?
Em ano de eleição municipalista? Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Brasil crie um mecanismo
bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus executivos
(presidente da república, governador e prefeito) para que as matracas de fazer
voto sejam banidas da História do Brasil. Setenta reais per capita para as famílias miseráveis que têm
filhos entre 0 a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai estimular o
convívio familiar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o
mesmo teto o maior número de dependentes para “engordar” sua renda. Por outro
lado mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama produzir filhos de
cinco em cinco anos. Este é, sem dúvida, um plano qüinqüenal engenhoso de
estímulo à vagabundagem, claramente expresso nas diversas bolsas-esmola do
governo do PT. É muito fácil dar
bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha, jogar para a platéia.
É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha (que se governa, no seu
caso) irresponsavelmente. Não
falo pelos outros, dona Dilma. Falo por mim. Não votei na senhora. Sou bastante
madura, bastante politizada, marxista,
sobrevivente da ditadura militar e radicalmente nacionalista. Eu jamais votei
nem votarei num petista, simplesmente porque a cartilha doutrinária do PT é
raivosa e burra. E o governo é paternalista, provedor, pragmático no mau
sentido, e delirante. Vocês são adeptos do “quanto pior, melhor”. São
discricionários, praticantes do “bullying” mais indecente da História do
Brasil. Em 1988 a Assembléia
Nacional Constituinte, numa queda-de-braço espetacular, legou ao Brasil uma
Carta Magna bastante democrática e moderna. No seu Art. 5º está escrito que
todos são iguais perante a lei. Aí,
quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta disposição, enfiando goela
abaixo das camadas sociais pagadoras de imposto seu modus governandi a partir
do qual todos são iguais perante a lei, menos os que são diferentes: os
beneficiários das cotas e das bolsas-esmola. A partir de vocês. Sr. Luís Inácio
e dona Dilma, negro é negro, pobre é pobre e miserável é miserável. E a
Constituição que vá para a pqp. Vocês selecionaram estes brasileiros e brasileiras,
colocaram-nos no tronco, como eu faço com o meu gado, e os marcaram com ferro
quente, para não deixar dúvida de que são mal-nascidos. Não fizeram
propriamente uma exclusão, mas fizeram, com certeza, publicamente, uma
apartação étnica e social. E o PROUNI se transformou num balcão de empréstimo
pró escolas superiores particulares de qualidade bem duvidosa, convalidadas
pelo Ministério de Educação. Faculdades capengas, que estavam na UTI financeira
e deveriam ter sido fechadas a bem da moralidade, da ética e da saúde
intelectual, empresarial, cultural e política do País. A Câmara Federal
endoidou? O Senado endoidou? O STJ
endoidou? O ex-presidente e a atual presidentA endoidaram? Na década de 60 e 70
a gente lutou por uma escola de qualidade, laica, gratuita e democrática. A
senhora disse que estava lá, nesta trincheira, se esqueceu disto, dona
Dilma? Oi, por favor, alguém pare o trem
que eu quero descer! Uma escola
pública decente, realista, sintonizada com um País empreendedor, com uma grade
curricular objetiva, com professores bem remunerados, bem preparados,
orgulhosos da carreira, felizes, é disto que o Brasil precisa. Para ontem. De ensino técnico, profissionalizante. Para
ontem. Nossa grade curricular é tão superficial e supérflua, que o aluno chega
ao final do ensino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a
oração principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não
sabe regra de três. Não sabe calcular juros.
Não sabe o nome dos Estados nem de suas capitais. Em casa não sabe
consertar o ferro de passar roupa. Não é capaz de fritar um ovo. O estudante e
a estudantA brasileiros só servem para
prestar vestibular, para mais nada. E tomar bomba, o que é mais triste. Nossos
meninos e jovens lêem (quando lêem), mas não compreendem o que leram. Estamos na rabeira do mundo, dona Dilma.
Acorde! Digo isto com conhecimento de causa porque domino o assunto. Fui a vida
toda professora regente da escola pública mineira, por opção política e
ideológica, apesar da humilhação a que Minas submete seus professores. A
educação de Minas é uma vergonha, a senhora é mineira (é?), sabe disto tanto
quanto eu. Meu contracheque confirma o que estou informando.
Espero que esta Primeira Parte tenha aguçado sua
curiosidade, leitores e leitoras, para a Segunda Parte e a Conclusão que se
seguirão. E que as considerações da Professora Pannunzio lhes sejam úteis no
exercício do direito mais importante do cidadão, o direito de voto, quando
vocês forem chamados às urnas em eleições futuras. Boa semana a todos!
O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor
universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com).
(PENSAMENTOS No 24/2012 – Jornal da Região
– ANO XIX, No 980 - 29/06/2012).
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