A REMETENTE |
A DESTINATÁRIA |
“O DESABAFO DA PROFESSORA PANNUNZIO – Conclusão"
Há duas semanas chegou ao meu
conhecimento uma carta publicada na Internet por uma Professora de Uberlândia,
a Snra. Martha
de Freitas Azevedo Pannunzio, dirigida à Presidente Dilma Rousseff.
Segundo a data na carta, ela foi escrita há mais ou menos um mês, logo após o
Dia das Mães. Eu não conheço a Professora, e não entrei em contato com ela para
verificar veracidade, porém ela assina a carta com seu contato eletrônico e
CPF, os quais eu repito aqui: marthapannunzio@hotmail.com ; CPF nº 394172806-78. Para
mim isso é suficiente, mas independente disso, o conteúdo da carta é algo que
TODOS os Brasileiros devem ter a chance de ler com atenção pelo menos uma vez.
O texto é longo, e por isso eu o dividi em 3 partes; nas duas semanas anteriores
publiquei a Primeira e a Segunda Partes, e nesta publico a Conclusão. Boa
leitura! –
CARTA À
PRESIDENTA DILMA: BRASIL CARINHOSO (3 de 3) Quem cala, consente. Eu não me calo.
Aos setenta e quatro anos, o que eu mais queria era poder envelhecer
despreocupada, apesar da pancadaria de 1964. Isto não está sendo possível.
Apesar de ter lutado a vida toda para criar meus cinco filhos, de ter educado
milhares de alunos na rede pública, o País que eu vou legar aos meus
descendentes ainda está na estaca zero, com uma legislação que deu a todos a
obrigação de votar e o direito de votar e ser votado, mas gostou da sacanagem de manter a maioria
silenciosa no ostracismo social, desprecisada e desinteressada de enfrentar o desafio de lutar por um
lugar ao sol, de ganhar o pão com o suor do seu rosto. Sem dignidade, mas com
um título de eleitor na mão, pronto para depositar um voto na urna, a favor do
político paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa. Dar o peixe, ao invés de
ensinar a pescar, esta foi a escolha de vocês. A senhora não pediu minha
opinião, mas vai mandar a fatura para eu pagar. Vai. Tomou esta decisão sem me
consultar. Num país com taxa de crescimento industrial abaixo de zero, eu,
agropecuarista, burro-de-carga
brasileiro, me dou o direito de pensar em voz alta e o dever de me
colocar publicamente contra este cafuné na cabeça dos miseráveis. Vocês não
chegaram ao poder agora. Já faz nove anos, pense bem! Torraram uma grana preta
com o FOME ZERO, o bolsa-escola, o bolsa-família, o vale-gás, as ONGs fajutas e
outras esmolas que tais. Esta sangria nos cofres públicos não salvou ninguém?
Não refrescou niente? Gostaria que
a senhora me mandasse o mapeamento do Brasil miserável e uma cópia dos estudos
feitos para avaliar o quantitativo de miseráveis apurado pelo Palácio do
Planalto antes do anúncio do BRASIL CARINHOSO. Quero fazer uma continha de
multiplicar e outra de dividir, só para saber qual a parte que me toca nesta
chamada de capital. Democracia é
isto, minha cara. Transparência. Não ofende. Não dói. Ah, antes que eu me
esqueça, a palavra certa é PRESIDENTE.
Não sou impertinente nem desrespeitosa, sou apenas professora de latim,
francês e português. Por favor, corrija esta informação. Se eu mandar esta
correspondência pelo correio, talvez ela pare na Casa Civil ou nas mãos de
algum assessor censor e a senhora nunca saberá que desagradou alguém em algum
lugar. Então vai pela internet. Com pessoas públicas a gente fala publicamente
para que alguém, ciente, discorde ou concorde. O contraditório é muito
saudável. Não gostei e desaprovo o BRASIL CARINHOSO. Até o nome me incomoda.
R$2,00 (dois reais) por dia para cada familiar de quem tem em casa uma criança
de zero a seis anos, é uma esmolinha bem insignificante, bem insultuosa, não é
não, dona Dilma? Carinho de presidentA da república do Brasil neste momento, no
meu conceito, é uma campanha institucional a favor da vasectomia e da
laqueadura em quem já produziu dois filhos. É mais creche institucional e
laica. Mais escola pública e laica em tempo integral com quatro refeições
diárias. É professor dentro da sala de aula, do laboratório, competente e bem
remunerado. É ensino profissionalizante e gente capacitada para o mercado de trabalho.
Eu podia vociferar contra os descalabros do poder público, fazer da corrupção
escandalosa o meu assunto para esta catilinária. Mas não. Prefiro me ocupar de
algo mais grave, muitíssimo mais grave, que é um desvio de conduta de líderes
políticos desonestos, chamado populismo, utilizado para destruir a dignidade da
massa ignara. Aliciar as classes sociais menos favorecidas é indecente e
profundamente desonesto. Eles são ingênuos, pobres de espírito, analfabetos,
excluídos? Os miseráveis são. Mas
votam, como qualquer cidadão produtivo, pagador de impostos. Esta é a jogada.
Suja. A televisão mostra ininterruptamente imagens de desespero social. Neste
momento em todos os países, pobres, emergentes ou ricos, a população luta,
grita, protesta, mata, morre, reivindicando oportunidade de trabalho. Enquanto
isto, aqui no País das Maravilhas, a presidente risonha e ricamente produzida
anuncia um programa de estímulo à vagabundagem. Estamos na contramão da
História, dona Dilma! Pode ter certeza de que a senhora conseguiu agredir a
inteligência da minoria de brasileiros e brasileiras que mourejam dia após dia
para sustentar a máquina extraviada do governo petista. Último lembrete: a
pobreza é uma conseqüência da esmola. Corta a esmola que a pobreza acaba, como
dois mais dois são quatro. Não me leve a mal por este protesto público. Tenho
obrigação de protestar, sabe por quê?
Porque, de cada delírio seu, quem paga a conta sou eu.
Espero que as considerações da Professora
Pannunzio tenham calado fundo em suas consciências, leitores e leitoras, e que
elas lhes sejam úteis no exercício do direito mais importante do cidadão, o
direito de voto, quando vocês forem chamados às urnas em eleições futuras. Boa
semana a todos!
O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor
universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com).
(PENSAMENTOS No 26/2012 – Jornal da Região – ANO XIX, No 982 - 13/07/2012).
(PENSAMENTOS No 26/2012 – Jornal da Região – ANO XIX, No 982 - 13/07/2012).
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