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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

E AGORA… DIGA PRA ELES, HERÓDOTO…

Herodoto Barbeiro



bem... digamos... com outros fins!


“E AGORA… DIGA PRA ELES, HERÓDOTO…”

 
Vários amigos têm me perguntado: “Por que você transcreve textos de outros escritores em sua coluna? Você escreve tão bem... deveria se ater aos seus textos!” Bem... primeiramente quero agradecer isso que considero um elogio significativo, vindo de leitores desinteressados em qualquer benefício próprio, com a intenção única de encorajar o autor aqui a continuar escrevendo... essa é, de fato, a mola mestra de qualquer colunista, e eu só posso esperar que a maioria dos meus leitores e leitoras tenham a mesma opinião. Como dizem nos círculos literários, música para os meus ouvidos... Mas a pergunta permanece, e eu me sinto na obrigação de respondê-la: Por que  eu transcrevo textos de outros escritores em minha coluna...? Bem, lembro-me bem de um professor e mentor importante dos tempos de Universidade, que dizia que há muito valor em se dizer “Não sei” quando não se sabe algo, mas que, principalmente no ambiente acadêmico, o valor é muito maior (e também o respeito...) se o “Não sei” vem acompanhado com uma lista de pessoas importantes que também... “não sabem”. Esse é o mesmo princípio por trás dos textos que eu transcrevo... muitos dos meus textos focam opiniões de caráter nacional ou mesmo internacional, e no frigir dos ovos, eu sou apenas um aposentado na pequena comunidade Guaxupeana. Portanto quando eu vejo opiniões de pessoas de projeção que concordam com as minhas, eu as transcrevo, no intúito de que o impacto em vocês, leitores e leitoras, seja maior. E por isto, nesta semana, pensando nos eventos globais que vem por aí (Copa do Mundo em 2014, e Olimpíadas em 2016), transcrevo um texto irônico do jornalista, historiador, professor, e advogado Brasileiro Heródoto Barbeiro: Nothing to Learn” (Nada a aprender). Não temos o que aprender com os Jogos Olímpicos de Londres. Eles é que tem que aprender conosco. Não foram capazes de gastar toda a verba que o governo destinou para as construções. Devolveram dinheiro para os cofres públicos. São uns incompetentes, não sabem montar uma concorrência pública de forma que ganha a empresa que pagar a maior propina. Não sabem sequer identificar a empreiteira dos amigos, ou aquela que tem um bom caixa dois para injetar dinheiro nas campanhas e no bolso de alguns. Ou a outra que levou governador e esposa para passear em Paris.  Os britânicos desconhecem o instituto do aditivo, ou seja, daquelas novas exigências fictícias que proporcionam aumento substanciais nos valores pagos. Têm muito a aprender e nada a ensinar. Nem mesmo aquela história da pontualidade britânica. Ela é lesiva aos interesses dos que querem levar algum. Entregaram os estádios e as obras de infraestrutura antes do prazo. Um absurdo. Desta forma não dá para declarar emergência e dispensar a licitação pública porque tudo ficou para a undécima hora. São uns quadradões, orientados pelo Big Ben, e com isso não desenvolvem o jeitinho brasileiro, uma das nossas instituições nacionais. É por isso que foram ultrapassados por nós como a quinta maior economia do mundo. Os britânicos não entendem nada de logística. Fecharam algumas faixas de tráfego, as lanes, para que os veículos possam chegar nos lugares de competição ou nos centros de imprensa. Um desperdício, pintaram as faixas com os anéis olímpicos e alertas que só veículos credenciados podem passar. E os bobocas respeitam. Quem não respeitou pagou uma multa de 130 libras, e nem foi na delegacia de trânsito para alguém quebrar a multa. Não tem criatividade. Não conhecem aqueles carros de polícia pirata, que compram equipamento e põem no carro e se disfarçam de veículos oficiais. Todo mundo sai da frente, para que o pseudo policial passe. Esses ingleses são mesmo um moleirões, não entendem nada de organização de grande eventos. E não aprendem, já sediaram os Jogos Olímpicos três vezes. Até o ônibus chega na hora, é uma chatice. Até permitiram que astros do basquete americano usassem o metrô. Nem cuidar dos amigos sabem. O prefeito de Londres é um bonachão. Tem cara de honesto, daqueles que a gente compraria uma bicicleta usada. Talvez por isso a cidade tem muitos pontos com bicicletas públicas que qualquer um pode alugar, usar e deixar em outro estacionamento. Ainda por cima devolvem. Nem depenar uma bike eles sabem. O prefeito se desloca de metrô como se fosse um mortal como outro qualquer, não sabe usar a importância do cargo para desfilar com um carro oficial, com placa Executivo Municipal 001. Nem isso. Motorista particular, batedores, puxa sacos de toda a espécie dão um status melhor para quem governa uma cidade. Abrir mão disso é perder o respeito da população acostumada a ver o alcaide com pompa e circunstância.  Por essa e por outra, o Brasil não tem nada que aprender com os britânicos em termos de organização de grandes eventos. Em 2016 vão poder aprender conosco. Pois é, as coisas aqui caminham como se ninguém se desse conta da infraestrutura necessária para anfitrionar bem eventos globais da magnitude de uma Copa do Mundo, ou as Olimpíadas. Ou melhor, dá-se conta, mas não para anfitrionar bem, mas para… para… bem… digamos, com outros fins. Em chegada recente do exterior no aeroporto de Guarulhos em São Paulo, tive o infortúnio de ser um dos passageiros de um dos três aviões internacionais Boeing 777 que aterrisaram pràticamente juntos. Traduzindo isso em volume de pessoas para o serviço de Contrôle de Imigração e Verificação de Passaportes prestado pela Polícia Federal, entrega de bagagens, e Contrôle Alfandegário, são aproximadamente 1000 pessoas chegando cansadas de vôos longos. Isso foi suficiente para o aeroporto virar um verdadeiro zoológico, com filas imensas para tudo, e uma morosidade no serviço de irritar qualquer cristão. Será que alguém está se preocupando com a infraestrutura que sera necessária para atender o volume de pessoas que será causado por eventos da magnitude de uma Copa do Mundo, ou de uma Olimpíada?? Isso que eu narrei ocorreu no Aeroporto Internacional de São Paulo… e no resto do Brasil…? E a infraestrutura de hotéis…? E o trânsito…? E a segurança dos atletas e dos visitantes…? E o transporte entre os locais anfitriões dos vários grupos da Copa…? E estacionamento nos estádios e em geral…? Será que alguém está se preocupando com tudo isso…? Sei não… sei não… estamos há MENOS DE DOIS ANOS da Copa do Mundo, e até agora só se ouve sobre construção e reforma de estádios. Talvez devêssemos, de fato, aprender um pouco com os Americanos, que primam pela gerência exemplar de eventos e/ou lugares com volumes enormes de participantes ou visitantes, como experimentou quem já visitou o Disneyworld na Flórida ou o Disneyland na Califórnia; ou aprender com os Ingleses, ao contrário do que ironizou o Heródoto Barbeiro… alias, quem quiser ler mais textos dele, e comentários dos leitores dele, vai aqui o endereço do seu blog:
 
Boa semana a todos!

O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com).
(PENSAMENTOS No 35/2012 – Jornal da Região – ANO XIX, No 991 - 14/09/2012).

 

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