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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A HISTÓRIA DE BARACK OBAMA – Parte I


A mãe de Obama, Ann Dunham, quando menina, e seus pais Stanley e Madelyn


Dela Obama herdou um certo modo de olhar...

Os pais de Obama, Barack Sr. e Ann


O menino Barack, com seu avô Stanley

O menino Barack, com sua mãe Ann

O menino Barack com o padrasto Lolo Soetoro, a mãe Ann e a irmãzinha Maya


"A HISTÓRIA DE BARACK OBAMA – Parte I"

Neste último Domingo eu me encontrava em San Diego,  California, nos Estados Unidos, participando de um evento Rotário. E naquele dia também, Barack Hussein Obama assumiu o posto de Presidente dos Estados Unidos pela segunda vez, dando início ao seu segundo termo de quatro anos como Presidente. Tive oportunidade de ouvir seu discurso de posse, que foi simplesmente eletrizante. Não escondo minha admiração pelo Presidente Obama, já exposta nesta coluna várias vezes no passado. Homem íntegro, inteligente, honesto, trabalhador, competente, visionário, representante de uma mudança tão radical que a grande maioria de Americanos de meia idade (como Obama) não acreditava que a veria durante sua passagem pelo nosso planetinha azul.
 
Quando se fala de princípios éticos, morais, e de responsabilidade, tão raros na atual política do nosso Brasil, tende-se a esquecer de onde vêm esses princípios, quando eles são inculcados em um indivíduo e passam a nortear o seu caminho pela vida. Refletia eu sobre isso durante a longa viagem de volta ao Brasil, quando recebi de um colega de São Paulo um show de audiovisuais contando A História de Barack Obama de u’a maneira tão sublime e singela que resolvi reproduzir o texto nesta coluna. Esse texto, cujo autor não é identificado nos audiovisuais, aponta bem de onde vêm os princípios que regem a vida do homem que ocupa agora pelo quinto ano o cargo mais importante e influente do mundo. Apenas um endereço eletrônico de um responsável pela formatação é incluido, e eu o cito aqui (um_peregrino@hotmail.com) no afã de dar crédito onde crédito é devido. Vamos lá:
 
Ventos de esperança, brisas de mudança. O despontar de uma nova era, conforme apontam muitos. A respeito de Barack Obama tem-se escrito muitas coisas, relativas à sua raça, à sua geração. Mas não se mencionou o mais significativo da sua inspiração íntima: a jovem mãe. Diante do oceano de possibilidades da vida, cabe aos pais conduzir os passos dos filhos pelo melhor caminho. Obama teve em sua mãe um vivo exemplo de generosidade e de serviço ao próximo. Dela Obama herdou um certo modo de olhar. “Tenha coragem de ir correr o mundo, e de buscar a vida...”
 
Ann Dunham  nasceu no estado de Kansas, em novembro de 1942. A herança mais preciosa que legou a Obama foi, certamente, o seu modo peculiar de se relacionar com as pessoas e com  o mundo à sua volta. O seu olhar solidário, o seu olhar compassivo. Filha única do casal Dunham, Ann cresceu numa família de classe média norte-americana, no estado do Hawaii. Seu pai, Stanley, trabalhava numa firma de móveis, e sua mãe, Madelyn, era dona-de-casa. Desde cedo, Ann destaca-se nos estudos, e ainda adolescente, antes de concluir o ensino médio, ganha uma bolsa de estudo para a Universidade de Chicago. Mas seu pai pede que ela recuse o convite e permaneça junto à família. “Pássaro novo tem que voar perto do ninho”, pensa seu pai, sem poder imaginar as conseqüências que tal decisão acarretará... Existem lares, e existem famílias... E Ann, filha obediente que é, permanece ao lado de seus pais e, após concluir o ensino médio, ingressa na Universidade do Hawaii.
 
A jovem universitária, reservada e pensativa, valoriza as amizades, e nutre um gosto especial pela cultura. Cursa Antropologia, e demonstra um interesse especial pelos emergentes movimentos de direitos civis. O que o futuro lhe reserva? O futuro, o destino, o acaso, o inevitável são diferentes maneiras de se dizer a mesma coisa...  A grande verdade é que a vida é feita de escolhas. As escolhas da mente, e as escolhas do coração... E ainda no início do curso, Ann se apaixona por um estudante africano que veio fazer intercâmbio nos Estados Unidos. Ela, uma jovem de dezenove anos, inteligente, recatada e tímida. Ele, um jovem inteligente e carismático, constante centro das atenções, com mil histórias para contar de sua terra natal,  a longínqua Quênia. Quem algum dia irá desvendar os segredos do coração, os mistérios da paixão?... E eles resolvem  se casar. Ainda a barriga não cresceu e já os filhos brilham nos olhos das mães, escreveu certa vez um poeta. Em 04 de agosto  de 1961, a maternidade sorri para Ann e lhe presenteia com o pequeno Barack Obama. A irradiante felicidade de uma jovem mãe que leva ao colo seu primogênito.
Em verdade, há horas felizes... Que destino os aguardará? Destino, futuro,   acaso, inevitável diferentes maneiras  de se dizer a mesma coisa... Uma típica família, no início. Mas um belo dia, o Sr. Obama anuncia que vai transferir seu curso para a Universidade de Harvard. Ann estranha a decisão, pois tal transferência implica o corte da bolsa   de estudos. Como irá ele sustentar a família? Mas Sr. Obama mostra-se resoluto na sua decisão, alega a superioridade  do nível de ensino. O pequeno Barack Obama ainda não completou dois anos quando seu pai deixa a família e se muda do Hawaii. Pouco tempo depois chega a notícia de que ele, após a conclusão do curso, resolveu regressar à África. Sr. Obama retorna à sua terra natal, abandonando esposa e filho.
 
Diz-se que as primeiras lembranças conscientes que guardamos remontam aos três anos de idade. Barack Obama passa sua primeira infância, então, sem nenhuma lembrança da presença de seu pai. Tem mais presença em mim o que me falta, escreveu certa vez um poeta. O que podem a mãe e os avós de Barry (carinhoso apelido utilizado pela família) fazer, senão amá-lo de modo redobrado?...  À medida que vai crescendo, surgem as inevitáveis perguntas: “Onde está meu pai? Por que foi embora? Quando voltará?” E a sua família, composta agora por sua mãe e seus avós, sem ter as respostas, procura suprir, na medida do possível, a ausência com  amor e carinho. Avô e neto. Praias do Hawaii. O amor sincero que faz aflorar sorrisos   nos rostos.
 
Em verdade, há momentos felizes. Uma infância amorosa e ordenada é o chão pelo qual caminharemos até a velhice... ...e a nossa aventura existencial terá mais ou menos chances à medida que esse chão for confiável, escreveu certa vez uma poetisa. Ann está com seus vinte e poucos anos, e mantém o frescor do entusiasmo que a faz ver a vida como um oceano de possibilidades positivas. Sabe que o fracasso de um amor não é o fracasso do AMOR, E nem o fracasso de um casamento, o fracasso do Matrimônio. E ela se apaixona novamente. Todos os dias têm   a sua história. Quando um novo amor floresce,  o sol aparece mais belo no céu, e as cores do dia nascem com um brilho diferente. E em 1967,  no verdor dos    seus vinte e cinco anos de idade,   Ann decide se casar novamente.
 
Dentro em breve,  o destino lhe sorrirá novamente. E a maternidade passará suavemente as mãos por sobre a sua cabeça pela segunda vez... Em 15 de agosto de 1970 nasce sua filha, que recebe o  nome de Maya. Escreveu certa vez um poeta que os olhos  das mães continuam   a brilhar na penumbra  da noite mesmo depois de todas as luzes se apagarem. Sucede a todas as mães, conforme ele nos recorda, desde o princípio do mundo... E os olhos de Ann passam a brilhar com um brilho redobrado, agora pelo nascimento de sua pequena filha.
 
Na sua nova família, além da irmã, Obama ganha um padrasto, Lolo Soetoro, de nacionalidade indonésia. Nos primeiros anos, a família mora no Hawaii, onde Lolo Soetoro completa seus estudos em Geologia. Barack Obama está com seis anos de idade, quando a família resolve se mudar para Jacarta, capital da Indonésia. Passam a residir num bairro humilde na periferia da cidade. São os primeiros estrangeiros a morar na vizinhança. Desde cedo se vê diante da tarefa de construir pontes, e em pouco tempo faz amizades na vizinhança, passando as tardes brincando nas ruas ou subindo nas árvores atrás de goiaba.
 
Continuamos essa história na semana que vem. Boa semana a todos!

O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com).
(PENSAMENTOS No 04/2013 – Jornal da Região – ANO XIX, No 1010 25/01/2013).

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