A mãe de Obama, Ann Dunham, quando menina, e seus pais Stanley e Madelyn |
Dela Obama herdou um certo modo de olhar...
Os pais de Obama, Barack Sr. e Ann |
O menino Barack, com seu avô Stanley |
O menino Barack, com sua mãe Ann |
O menino Barack com o padrasto Lolo Soetoro, a mãe Ann e a irmãzinha Maya |
"A
HISTÓRIA DE BARACK OBAMA – Parte I"
Neste último Domingo eu me encontrava em San Diego, California, nos Estados Unidos, participando
de um evento Rotário. E naquele dia também, Barack Hussein Obama assumiu o
posto de Presidente dos Estados Unidos pela segunda vez, dando início ao seu
segundo termo de quatro anos como Presidente. Tive oportunidade de ouvir seu
discurso de posse, que foi simplesmente eletrizante. Não escondo minha
admiração pelo Presidente Obama, já exposta nesta coluna várias vezes no passado.
Homem íntegro, inteligente, honesto, trabalhador, competente, visionário,
representante de uma mudança tão radical que a grande maioria de Americanos de
meia idade (como Obama) não acreditava que a veria durante sua passagem pelo
nosso planetinha azul.
Quando se fala de princípios éticos, morais, e de
responsabilidade, tão raros na atual política do nosso Brasil, tende-se a
esquecer de onde vêm esses princípios, quando eles são inculcados em um
indivíduo e passam a nortear o seu caminho pela vida. Refletia eu sobre isso
durante a longa viagem de volta ao Brasil, quando recebi de um colega de São
Paulo um show de audiovisuais contando A História de Barack Obama de u’a
maneira tão sublime e singela que resolvi reproduzir o texto nesta coluna. Esse
texto, cujo autor não é identificado nos audiovisuais, aponta bem de onde vêm
os princípios que regem a vida do homem que ocupa agora pelo quinto ano o cargo
mais importante e influente do mundo. Apenas um endereço eletrônico de um
responsável pela formatação é incluido, e eu o cito aqui (um_peregrino@hotmail.com) no afã de
dar crédito onde crédito é devido. Vamos lá:
Ventos de esperança, brisas de
mudança. O despontar de uma nova era, conforme apontam muitos. A respeito de
Barack Obama tem-se escrito muitas coisas, relativas à sua raça, à sua geração.
Mas não se mencionou o mais significativo da sua inspiração íntima: a jovem mãe. Diante do oceano de
possibilidades da vida, cabe aos pais conduzir os passos dos filhos pelo melhor
caminho. Obama teve em sua mãe um vivo exemplo de generosidade e de serviço ao
próximo. Dela Obama herdou um certo modo de olhar. “Tenha
coragem de ir correr o mundo, e de buscar a vida...”
Ann Dunham nasceu no estado de Kansas, em novembro de
1942. A herança mais preciosa que legou a Obama foi, certamente, o seu modo
peculiar de se relacionar com as pessoas e com
o mundo à sua volta. O seu olhar solidário, o seu olhar compassivo. Filha
única do casal Dunham, Ann cresceu numa família de classe média
norte-americana, no estado do Hawaii. Seu pai, Stanley, trabalhava numa firma de
móveis, e sua mãe, Madelyn, era dona-de-casa. Desde cedo, Ann destaca-se nos
estudos, e ainda adolescente, antes de concluir o ensino médio, ganha uma bolsa
de estudo para a Universidade de Chicago. Mas seu pai pede que ela recuse o convite e
permaneça junto à família. “Pássaro novo tem que voar perto do ninho”, pensa
seu pai, sem poder imaginar as conseqüências que tal decisão acarretará... Existem
lares, e existem famílias... E Ann, filha obediente que é, permanece ao lado de
seus pais e, após concluir o ensino médio, ingressa na Universidade do Hawaii.
A
jovem universitária, reservada e pensativa, valoriza as amizades, e nutre um
gosto especial pela cultura. Cursa Antropologia, e demonstra um interesse
especial pelos emergentes movimentos de direitos civis. O que o futuro lhe
reserva? O futuro, o destino, o acaso, o inevitável são diferentes maneiras de
se dizer a mesma coisa... A grande verdade
é que a vida é feita de escolhas. As escolhas da mente, e as escolhas do
coração... E ainda no início do curso, Ann se apaixona por um estudante
africano que veio fazer intercâmbio nos Estados Unidos. Ela, uma jovem de dezenove
anos, inteligente, recatada e tímida. Ele, um jovem inteligente e carismático,
constante centro das atenções, com mil histórias para contar de sua terra
natal, a longínqua Quênia. Quem algum
dia irá desvendar os segredos do coração, os mistérios da paixão?... E eles
resolvem se casar. Ainda a barriga não
cresceu e já os filhos brilham nos olhos das mães, escreveu certa vez um poeta.
Em 04 de agosto de 1961, a maternidade sorri
para Ann e lhe presenteia com o pequeno Barack Obama. A irradiante felicidade
de uma jovem mãe que leva ao colo seu primogênito.
Em verdade, há horas
felizes... Que destino os aguardará? Destino, futuro, acaso, inevitável diferentes maneiras de se dizer a mesma coisa... Uma típica
família, no início. Mas um belo dia, o Sr. Obama anuncia que vai transferir seu
curso para a Universidade de Harvard. Ann estranha a decisão, pois tal
transferência implica o corte da bolsa
de estudos. Como irá ele sustentar a família? Mas Sr. Obama mostra-se
resoluto na sua decisão, alega a superioridade
do nível de ensino. O pequeno Barack Obama ainda não completou dois anos
quando seu pai deixa a família e se muda do Hawaii. Pouco tempo depois chega a
notícia de que ele, após a conclusão do curso, resolveu regressar à África. Sr.
Obama retorna à sua terra natal, abandonando esposa e filho.
Diz-se que as
primeiras lembranças conscientes que guardamos remontam aos três anos de idade.
Barack Obama passa sua primeira infância, então, sem nenhuma lembrança da
presença de seu pai. Tem mais presença em mim o que me falta, escreveu certa vez
um poeta. O que podem a mãe e os avós de Barry (carinhoso apelido utilizado
pela família) fazer, senão amá-lo de modo redobrado?... À medida que vai crescendo, surgem as
inevitáveis perguntas: “Onde está meu pai? Por que foi embora? Quando
voltará?” E a sua família, composta agora por sua
mãe e seus avós, sem ter as respostas, procura suprir, na medida do possível, a
ausência com amor e carinho. Avô e neto.
Praias do Hawaii. O amor sincero que faz aflorar sorrisos nos rostos.
Em verdade, há momentos felizes.
Uma infância amorosa e ordenada é o chão pelo qual caminharemos até a
velhice... ...e a nossa aventura existencial terá mais ou menos chances à
medida que esse chão for confiável, escreveu certa vez uma poetisa. Ann está
com seus vinte e poucos anos, e mantém o frescor do entusiasmo que a faz ver a vida como um oceano de
possibilidades positivas. Sabe que o fracasso de um amor não é o fracasso do
AMOR, E nem o fracasso de um casamento, o fracasso do Matrimônio. E ela se
apaixona novamente. Todos os dias têm a
sua história. Quando um novo amor floresce, o sol aparece mais belo no céu, e as cores do
dia nascem com um brilho diferente. E em 1967,
no verdor dos seus vinte e
cinco anos de idade, Ann decide se
casar novamente.
Dentro em breve, o
destino lhe sorrirá novamente. E a
maternidade passará suavemente as mãos por sobre a sua cabeça pela segunda vez... Em 15 de agosto de
1970 nasce sua filha, que recebe o
nome de Maya. Escreveu certa vez um poeta que os olhos das mães continuam a brilhar na penumbra da noite mesmo depois de todas as luzes se
apagarem. Sucede a todas as mães, conforme ele nos recorda, desde o princípio
do mundo... E os olhos de Ann passam a brilhar com um brilho redobrado, agora
pelo nascimento de sua pequena filha.
Na sua nova família, além da irmã, Obama
ganha um padrasto, Lolo Soetoro, de nacionalidade indonésia. Nos primeiros
anos, a família mora no Hawaii, onde Lolo Soetoro completa seus estudos em
Geologia. Barack Obama está com seis anos de idade, quando a família resolve se
mudar para Jacarta, capital da Indonésia. Passam a residir num bairro humilde
na periferia da cidade. São os primeiros estrangeiros a morar na vizinhança. Desde
cedo se vê diante da tarefa de construir pontes, e em pouco tempo faz amizades
na vizinhança, passando as tardes brincando nas ruas ou subindo nas árvores
atrás de goiaba.
Continuamos essa história na semana que vem. Boa
semana a todos!
O autor é engenheiro, doutor em ciência da
computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com).
(PENSAMENTOS No 04/2013 – Jornal da Região – ANO XIX, No 1010
– 25/01/2013).
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