Esta semana a Secretaria da Assistência Social da Prefeitura de Guaxupé promoveu a 4ª Conferência Municipal da Assistência Social. Como Vice Presidente da A.A.C.A. – Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente de Guaxupé (entidade que administra a Escola Complementar do Horto Florestal), e representante da organização no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, fui convidado a comparecer através de um convite enviado pela Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, convite esse que incluia o programa da Conferência. O programa mostrava um foco no S.U.A.S. – Sistema Único de Assistência Social, que foi sancionado como Lei Federal pela Presidente Dilma Rousseff na Quarta-feira da semana passada, 06 de Julho de 2011. Julguei que, como membro da Diretoria de uma das entidades sem fins lucrativos que visa ajudar a Prefeitura Municipal no afã de promover a Assistência Social às comunidades carentes de Guaxupé, mais especificamente na área de educação, e formação de crianças (06 a 14 anos) e adolescentes (14 a 18 anos) em risco social, incluindo um componente de ensino profissionalizante para os adolescentes com pelo menos 16 anos de idade, seria importante que eu me inteirasse dos detalhes dessa nova Lei, e portanto lá fui eu para a primeira das duas noites da Conferência. Lá pelas tantas, a palestrante principal da Conferência, descrita no programa como Assessora da Conferência, foi chamada ao podium para sua palestra intitulada “Paralelo da Assistência Social Antes e Depois da Consolidação do S.U.A.S. no Brasil”. Vamos aprender, pensei eu... é chegada a hora do foco da Conferência. Mas o que se seguiu foi uma das demonstrações mais contundentes que eu já presenciei do despreparo e desinformação de pessoas consideradas como especialistas fornecendo apoio intelectualóide às suas pretensões de extrema esquerda. Começou a palestrante declarando à audiência ser comunista, e por isso se identificando e elogiando o partido político que ocupa o poder em nosso país desde 2002 (fico imaginando o que o ex-Presidente Lula e a Presidente Rousseff diriam a respeito dessa identificação...). E aí a ilustre palestrante enveredou por uma ladainha deprimente tentando incutir um sentimento de culpa nos presentes pelas mazelas sociais que afligem nossas cidades, regiões, estados, e o país como um todo, entrelaçando de quando em quando uma citação de Karl Marx para boa medida, como se esse filósofo aproveitador da ignorância popular merecesse qualquer respeito de uma audiência inteligente. Sôbre o título de sua palestra, falou pouco... aliás, não falou nada! Curiosamente, os seus audio-visuais que desfilavam no telão do palco em completa ausência de sincronia com a ladainha, continham conteúdo relacionado com o título, mas a palestrante de vez em quando lembrava que os audio-visuais estavam lá, olhava para êles e dizia: “Ah, é... ah, é... já falamos disso...”, e voltava à ladainha. COMUNISMO... em pleno século XXI... QUE ATRASO DE VIDA!! Fico imaginando se a ilustre palestrante alguma vez esteve em um país sob um governo comunista, como a Antiga União Soviética, ou Cuba, ou a Coréia do Norte, e verificou in loco a condição deprimente de vida da população. Não é interessante que nesses países comunistas existe polícia para não deixar a população sair? Por que será, se a coisa, como prega a palestrante, é tão boa? Não se tem notícia de ninguém querendo entrar lá também... por que será? Eu estive na União Soviética a negócios na década de 90. O que eu vi lá em termos da qualidade de vida do povo foi nada menos do que deprimente. Eu e dois colegas que me acompanhavam éramos constantemente assediados na rua para vendermos nosso paletó, nossa gravata... em traje casual então, se saíssemos de calça rancheira corríamos o risco de voltar ao hotel de cueca... literalmente! Visitamos hospitais em Moscow e St. Petersburg, e rezávamos todos os dias para não adoecer lá... a sujeira nas dependências hospitalares era assustadora, enfermarias super-lotadas, roupas de cama encardidas, macas enfileiradas nos corredores com doentes gemendo de dor sem qualquer assistência médica ou de enfermagem. Cenas dignas do Inferno de Dante. Chamou-nos a atenção em St. Petersburg as padarias sem NADA nas prateleiras... aquelas que tinham algo, também tinham um cartaz na vitrine com a palavra VALUTA, alias como praticamente todos os estabelecimentos comerciais. VALUTA quer dizer “moeda forte”, indicando que o estabelecimento só aceita dolares americanos, marcos alemães, libras inglesas, etc., o que significa que o povo local não pode comprar lá desde que os rublos russos não são aceitos. Pode? Na terra deles! Compramos um sorvete em uma dessas padarias VALUTA com nossos dolares americanos, e ao sairmos, com o sorvete na mão, deparamos na esquina seguinte com um carrinho de sorvete do governo, comprados com rublos, e a fila do povo dava a volta no quarteirão. O povo do local... cujas crianças mal-vestidas olhavam da fila com olhinhos compridos para os sorvetes nas mãos dos visitantes. Pode? Na terra deles! Aliás, o mundo já provou que o comunismo não funciona, e não funciona porque é baseado em uma premissa inválida: que os humanos são todos iguais, e êles não são! Ignora assim qualquer noção de mérito e nivela por baixo, bem por baixo. E nas terras dos “iguais”, alguns são mais iguais que outros. Eu também estive nos países bálticos, e tive a oportunidade de ver as “dachas” nas margens do Mar Báltico que pertencem aos mandantes do “politburo”. Para voces terem uma idéia, a “dacha” de Brezhnev era grande o suficiente para êle caçar javalis com amigos DENTRO da propriedade. Verdadeiras fazendas. Todos iguais...? Hmmmm... não sei não. Novamente, o mundo já provou que o comunismo não funciona, é um modelo de governo totalmente falido. Disse Margaret Thatcher, a Primeira Ministra inglesa: “O problema com o comunismo/socialismo é que eventualmente, o dinheiro dos outros acaba...” Na época do “glasnost” e “perestroika” de Mikhail Gorbachev, a abertura que esses processos representavam deu oportunidade a muitos Russos para se juntarem a familiares que haviam conseguido, no passado, fugir para outros países. Após alguns anos, a grande maioria daqueles “novos” russos imigrantes, principalmente os de mais idade, voltaram para a Russia, e o argumento comum e constante de todos os que voltaram é que eles haviam se acostumado com o governo comunista fazendo todas as escolhas por êles, e não conseguiam lidar com a miríade de alternativas que populavam TODOS os aspectos da vida nos países onde o sistema de governo respeitava a individualidade de seus cidadãos. Não é triste? E por falar em triste, e voltando à nossa palestrante, foi muito triste ver a juventude Guaxupeana presente na Conferência exposta a uma ideologia retrógrada, e ultrapassada como se fosse uma panacéia. O mundo todo está evoluindo para fora desse retrocesso, e o Brasil parece estar mergulhando nele de cabeça. É realmente triste. Errar é humano; uma vez identificado o êrro, persistir nele é burrice...
O autor é engenheiro, doutor em ciência da computaçao, professor universitário, e pode ser contactado através do e-mail claudio.spiguel@gmail.com). (PENSAMENTOS No 27/2011 – Jornal da Região – ANO XVIII, No 931 – 15/07/2011).
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